domingo, 1 de novembro de 2015

Estudo da Carta de Paulo aos Romanos, capítulo 2


Tema: Paulo condena a distinção entre os judeus e os gentios, uma vez que ambos agora constituem a IGREJA DE CRISTO.

Para melhor aplicarmos o que o Apóstolo quer dizer, precisamos entender que os JUDEUS são os portadores da Lei, a nação separada e escolhida por Deus para trazer ao mundo o Messias.

GENTIOS eram os povos não judeus que, através da promessa feita a Abraão (Gn 12:8; Gn 18:18; Gn 22:18; Gn 26:4; Gn 28:14), cumprida em Jesus, passam a fazer parte da bênção de Deus. Paulo se refere a eles como "oliveiras bravas", enxertadas na raiz que é Israel (Romanos 11:17-18).

Portanto, "judeus" nesse contexto, são os cristãos convertidos, raça eleita, nação santa, povo adquirido pelo próprio Deus para proclamar as Boas Novas ao mundo (1 Pe 2:5), detentores da Palavra; "gentios" seriam os povos que não têm o Senhor Jesus como Deus soberano e Salvador, mas que serão alcançados pela pregação da Palavra para que se cumpram as Escrituras (Fp 2:10-12/Ap 7:9)

Após a introdução da justiça pela fé e da explicação de como o ser humano ficou depravado após o pecado, Paulo continua focado em expor a revelação da Justiça de Deus e a necessidade dessa justiça punir o pecado de judeus e gentios para que se cumpra o plano da Salvação, uma vez que todos agora fazem parte da igreja de Cristo.

No início do capítulo, Paulo explicita que os judeus, por serem os "portadores" da Lei, serão julgados com imparcialidade (2:11-16) e culpados conforme a verdade da própria Lei por suas más obras, por não obedecerem à Lei.

"Portanto, és indesculpável, ó homem, sejas quem for, quando julgas, porque a ti mesmo te condenas em tudo aquilo que julgas no teu semelhante; pois tu, que julgas, praticas exatamente as mesmas atitudes". (2:1)

Muitos cristãos gostam de usar esses versículos para escaparem do juizo ao qual todos os que fazem parte da Igreja de Cristo estão sujeitos (1 Co 5:11-13). Mas Paulo se refere aos judeus da mesma forma como Jesus chamou os fariseus de hipócritas quando foram culpados de atarem fardos pesados ao povo que eles mesmos não carregavam (Mateus 23:2-4).

A teimosia, o coração duro e insensível ao Espírito faz acumular sobre o homem a ira de Deus (2:5) e isso se aplica tanto aos judeus quanto aos gentios (2:6-10), pois o Senhor "não faz acepção de pessoas" (2:11)

A diferença é que os que pela Lei vivem, serão julgados conforme a Lei diante de Deus - esses terão mais "peso" sobre si mesmos; E os que, sem Lei, praticam o que é justo, também diante do Senhor alcançarão misericórdia (2:12-16).

Por isso, amados irmãos, assim como o nosso Senhor Jesus levou a mensagem a todos SEM DISTINÇÃO, não podemos fazer acepção de pessoas; pois "o homem enxerga apenas o exterior; porém, o Senhor vê o coração"(1 Sm 16:7). Mas, como discípulos fiéis ao Mestre, devemos fazer o ide pregando "a toda criatura" (Marcos 16:15).

A verdadeira circuncisão - Guardar os mandamentos no interior!

A circuncisão era um ritual realizado em todo israelita do sexo masculino, ordenado pelo Senhor a Abraão como sinal de aliança (Gênesis 17:12). Aos oito dias de vida, o bebê passava pela cerimônia de inclusão na comunidade judaica, onde tinha seu prepúcio removido (pele que fica sobre o pênis). Os israelitas convertidos ao Evangelho, mesmo após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, continuavam a praticar a circuncisão e acabavam obrigando os gentios a praticarem o ritual para serem "aceitos" na comunidade cristã. Diante disso, Paulo expõe claramente que a culpa de o nome de Deus ser blasfemado entre os povos é dos judeus, que se gloriavam tanto de serem "os escolhidos na aliança de Abraão" que acabavam desobedecendo a Lei e dando mau testemunho diante das nações. (2:17:23)

Porventura não é o que tem acontecido em nossas igrejas hoje em dia? Falsos profetas, unções absurdas, atos "patéticos", determinismo, curanderismo, exploração da fé, manifestações bizarras e grotescas do "espírito"....tudo isso praticado por quem está "certo de que foi chamado para ser guia de cegos, luz para os que estão na escuridão, mestre dos ignorantes, professor de crianças, porquanto têm na Lei a expressão maior do conhecimento e da verdade." (2:19-20)

“Por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre todos os povos!” (2:24)

O capítulo termina com o Apóstolo Paulo ensinando que a verdadeira circuncisão e a legitimidade judaica são de quem guarda os mandamentos do Senhor em seu interior e os pratica com obras de justiça e frutos dignos de arrependimento. Isso é aplicável a qualquer um que se converte de seus maus caminhos, recebendo com alegria a Palavra da Salvação.

"Portanto, não é legítimo judeu quem simplesmente o é exteriormente, nem é verdadeira, circuncisão a que é feita apenas fora do coração, no corpo físico. Absolutamente não! Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é realizada na alma do crente, pelo Espírito, e não apenas pela letra da Lei". (2:28-29)

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